O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que pode se manifestar nas habilidades comunicativas e sociais
Muitas pessoas pensam que é uma doença, porém essa classificação é equivocada e gera estereótipos que colaboram para o preconceito contra pessoas autistas.
Muitas especulações e mitos se formaram devido a padrões de comportamento e visão deturpada do TEA, mas é preciso ter em mente que cada pessoa possui sua particularidade e isso não é diferente no caso de pessoas com autismo. Na realidade, esse transtorno é mais comum do que imaginado.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2 e 4 milhões de indivíduos brasileiros são autistas. No entanto, muitos não sabem dessa condição, tornando difícil uma métrica exata.
+Graus de autismo: desafios na intervenção fonoaudiológica
Listamos mitos e verdades sobre o autismo com o objetivo de esclarecer as condições do transtorno e colaborar com a redução de preconceitos. Continue a leitura:
Mito! Pessoas com autismo podem ou não exibir comportamentos agressivos, tanto autoagressivos (agredir a si mesmo) ou hetero-agessivos (agredir ao outro). Vários fatores podem contribuir para manifestação de comportamentos agressivos, desde crises de desregulação sensorial (quando os estímulos sensoriais estão sobrecarregando a pessoa com autismo), dificuldade para expressar algo que desejem (Ex: que não está querendo que alguém se aproxime, ou o toque, etc), até outros fatores ligados à mudanças de rotinas, alterações de humor devido à privação de sono, ajustes de medicação que possam ocorrer no momento. O importante é sempre entender e buscar a causa desse comportamento se manifestar para juntos – profissionais e família – encontrarem um manejo adequado a esse comportamento.
Mito. Manter o contato visual envolve dificuldades de socialização, que também é um desafio enfrentado por pessoas com TEA. No entanto, elas podem sim manter o contato visual, desde que as intervenções sejam direcionadas para estimular essa habilidade de forma natural e espontânea em contextos interativos. Elas podem ter dificuldades, mas podem desenvolver essa habilidade.
Este fator pode ser desenvolvido com a assistência de profissionais adequados.
+A importância das expressões faciais no TEA
Mito. Como já discutimos em tópicos anteriores, cada indivíduo com autismo tem suas próprias características e comportamentos. Alguns podem exibir comportamentos semelhantes, enquanto outros podem ter comportamentos diferentes e únicos em comparação com qualquer outra pessoa com TEA.
Mito. Acreditar que todas as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm inteligência acima da média é um equívoco. Embora isso possa ser verdade em alguns casos de autismo, também é possível desenvolver dificuldades de aprendizado, deficiências nas funções executivas e déficits intelectuais. Apenas uma avaliação multidisciplinar completa pode auxiliar no diagnóstico do TEA juntamente com outras condições associadas.
Mito. Pessoas com TEA podem ter dificuldades de linguagem e fala, mas os critérios diagnósticos importantes são dificuldades na comunicação e interação social. Apenas um fonoaudiólogo qualificado e especializado pode diagnosticar as alterações de fala e linguagem em uma pessoa com TEA.
Ecolalias não são falas disfuncionais nem desorganizadas, o que é um mito.
Essas características requerem a assistência de um fonoaudiólogo.
+10 sinais de alterações motoras da fala e quando procurar um fonoaudiólogo
Verdade! Pessoas com TEA necessitam de acompanhamento multidisciplinar de profissionais de várias áreas, como: médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, pedagogos, psicopedagogos, auxiliares terapêuticos devidamente capacitados, entre outros. Tudo depende da necessidade do indivíduo.
+Como usar o reforço positivo em crianças com autismo?
O Fonoaudiólogo deve fazer parte da equipe de profissionais que acompanham a pessoa com TEA, desde a avaliação, diagnóstico e até mesmo à intervenção. Sua atuação não abrange somente a linguagem receptiva e expressiva, como também todos os comportamentos comunicativos (verbais, gestuais, vocais e não-verbais), comunicação suplementar e alternativa, leitura, escrita e aprendizado, assim como o trabalho direcionado – quando necessário -às funções da respiração, sucção, mastigação, deglutição, produção motora da fala e seletividade alimentar, além de outros distúrbios alimentares pediátricos que possam estar associados ao TEA.
O desenvolvimento da fala é um ponto que pode interferir na comunicação, então, ela deve ser trabalhada para que não afete outras questões. Para isso, o Fonoaudiólogo precisa se aprofundar nos estudos, passando não somente um diagnóstico, mas sim uma intervenção abrangente que promova a evolução das habilidades das pessoas com TEA.